As investigações sobre os kits robóticas ganharam mais um capítulo. Desta vez um empresário ligado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), está sendo investigado por compras milionárias de kits feitas com recursos do Ministério da Educação (MEC), que priorizou e acelerou os repasses.
Segundo a Folha, a empresa investigada é a Megalic e um dos sócios é Edmundo Catunda, pai do vereador de Maceió João Catunda. A relação entre a família Catunda e Lira é pública.
Apesar do presidente Jair Bolsonaro (PL) tentar minimizar o escândalo, segundo informações da Folha o caso tem sido apurado por tribunais de contas e Secretaria da Fazenda de Alagoas, e até uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) deve ser instalada em uma das cidades com contrato de robótica.
O escândalo dos kits robóticas foram denunciados em abril, quando investigações apontaram que cidades alagoanas, reduto eleitoral de Arthur Lira, receberam R$26 milhões do MEC para compra dos kits. apesar de sofrerem com deficiências básicas de infraestrutura.
Ao somar os valores federais recebidos por outros dois municípios pernambucanos, também com contratos junto à empresa Megalic, o valor chega a R$ 31 milhões. Após ação do senador Alessandro Vieira (PSDB), o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que sejam suspensos repasses de dinheiro federal para compra de kits.
A Megalic, que não fabrica os robôs e só os revende, tem fornecido os equipamentos para prefeituras por R$ 14 mil. O valor é 420% superior ao pago por parte deles.
A Secretaria da Fazenda de Alagoas abriu uma ação fiscal no mês passado para apurar supostas irregularidades da Megalic. A pasta verifica possível sonegação fiscal e recolhimento menor de tributos.
Os auditores responsáveis têm até 60 dias para analisar movimentações fiscais, segundo a secretaria. "Verificado o ilícito tributário, lavrará competente auto de infração e, se houver quaisquer indícios de crimes, fará representação fiscal para fins penais", diz em nota.
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